Redação Revista Malls
A mais recente iniciativa do Instituto de Educação Médica (IDOMED) da Universidade Estácio de Sá do Rio de Janeiro, através do olhar humano e diferenciado do diretor geral Ernani Benincá é a implementação do Espaço Pet dentro do Campus acadêmico no Shopping Cittá América. Reconhecendo a necessidade crescente de estudantes complementar seus tratamentos médicos através do suporte emocional de seus animais de estimação, foi proposto uma solução inovadora: criar espaços na instituição de ensino onde os alunos podem deixar seus pets enquanto estão nas aulas.
Esse espaço não apenas oferece um ambiente seguro e acolhedor para os animais, mas também aliviam o estresse dos universitários, permitindo que eles se concentrem melhor em seus estudos.
O projeto tem como objetivo transformar a vida acadêmica de muitos estudantes, proporcionando um equilíbrio saudável entre suas responsabilidades acadêmicas e a relação com seus animais.
De Engenheiro a Líder Humanitário: A Trajetória Inspiradora de Ernani Benincá
Como alguém que começou com uma formação técnica em engenharia civil se tornou um gestor de ONG e diretor de faculdade de medicina? Essa é a pergunta que surge ao conhecer a história de Ernani Benincá, um profissional que se reinventou várias vezes, desafiando os limites do que seria uma carreira tradicional.
Ernani, um engenheiro civil formado, tomou um rumo inesperado que o levou do frio do sul do Brasil ao calor extremo de Roraima e, mais recentemente, ao comando de uma faculdade de medicina no Rio de Janeiro. Entre essas transições, ele construiu uma narrativa rica de aprendizado, persistência e, acima de tudo, propósito. Vamos mergulhar na trajetória desse visionário, que exemplifica como o sucesso pode vir de lugares e experiências inesperadas.
Uma Jornada Internacional: O Começo de Tudo
O que levou um engenheiro civil a buscar um mestrado em Construção Sustentável na Inglaterra? Para Ernani, a resposta está na necessidade de ir além do básico. Ele decidiu embarcar em um desafio internacional, financiando seus próprios estudos com o trabalho como garçom. “Foi difícil, mas é uma história bonita de raça”, ele relembra.
Seu tempo na Europa não só ampliou suas capacidades técnicas, mas também expandiu sua visão de mundo. “Foi um passo de fé e coragem”, comenta. A experiência no exterior não apenas abriu portas no Brasil, mas também moldou quem ele se tornaria como profissional e ser humano.
Aulas, Obras e o Amor por Ensinar
De volta ao Brasil, como equilibrar a vida de engenheiro de grandes obras e professor universitário?
Ernani conseguiu viver essa dicotomia por um ano, durante o qual se dividia entre a execução de obras de grande porte durante o dia e as aulas à noite. “Ensinar virou uma cachaça”, brinca ele, com a satisfação de quem encontrou sua vocação dupla. Sua paixão pelo ensino o levou a um convite para coordenar um curso de engenharia civil, com apenas 24 anos.
Mas sua jornada não parou por aí…
A Mudança para o Norte: Um Novo Propósito
O que leva alguém a trocar o sul do Brasil por Roraima e um cargo em uma ONG?
Esse foi o próximo grande salto de Ernani, quando decidiu aceitar o desafio de liderar uma ONG que trabalhava com refugiados venezuelanos. Em meio a uma crise humanitária sem precedentes, ele encontrou um novo propósito.
A atuação como gestor na ONG não foi apenas um trabalho; foi uma missão. Ernani se conectou com diferentes departamentos da ONU e foi peça-chave em uma operação que se tornaria um case de sucesso global. “Foi muito gratificante poder ajudar tantas pessoas e ver o impacto real do nosso trabalho no dia a dia”, relembra.
Do Coração da Amazônia ao Topo da Educação
Quando você acha que a carreira de Ernani já atingiu seus limites, ele dá mais um salto. Como um engenheiro civil acaba se tornando diretor de uma faculdade de medicina no Acre? Para Ernani, isso é apenas mais uma peça do quebra-cabeça de sua vida profissional.
No coração da Amazônia, ele geriu uma instituição focada na formação de médicos, onde permaneceu por mais de um ano. “Foi uma experiência única estar na linha de frente da educação em uma região tão remota e tão carente de serviços básicos”, comenta.
E foi dessa experiência que Ernani se conectou com a gestão de educação superior de uma forma ainda mais profunda, abrindo caminho para sua atual posição no mercado.
E Agora?
Agora, estabelecido como diretor de uma renomada faculdade no Rio de Janeiro, Ernani reflete sobre sua jornada com uma frase que resume sua visão: “As conexões que fazemos ao longo da vida nos levam a lugares inimagináveis.” E ele não poderia estar mais certo.
Sua trajetória, que começou nas matemáticas e cálculos da engenharia civil, passou pela gestão humanitária e chegou ao comando de uma instituição de ensino, é a prova de que o sucesso não é uma linha reta, mas uma jornada cheia de curvas, reviravoltas e, claro, muita coragem.
Perguntas o Ernani:
MG: Você teria coragem de largar tudo e recomeçar em uma carreira completamente diferente?
EB: Ao longo de minha jornada aprendi que é preciso estar sempre preparado para o próximo desafio que a vida impõe e para a próxima missão que Deus propõe. Mas enquanto estiver onde estou, vou continuar focando no presente e entregando tudo de mim. Rio de Janeiro é uma cidade maravilhosa e estou realizado onde hoje atuo e motivado para buscar fazer a diferença positiva nas pessoas que tenho alcance.
MG: O que podemos aprender com quem já passou por uma crise humanitária na linha de frente?
EB: Conheci a vulnerabilidade humana de perto e o quanto as pessoas ficam fragilizadas e suscetíveis quando são privadas de condições básicas de sobrevivência. Isso me tornou mais consciente, mais empático e mais defensor da justiça humana.
MG: Como um engenheiro civil se transforma em diretor de uma faculdade de medicina?
EB: É difícil responder a esta pergunta sem recorrer a minha linha do tempo. Acredito que como a grande maioria dos executivos de sucesso, foi fruto de uma construção diária, de trabalho árduo, com muitos altos e baixos, muitas vitórias e aprendizados e acima de tudo muita resiliência e ação divina.
MG: Como a implementação do Espaço Pet dentro da universidade Estácio de Sá pode transformar a vida acadêmica dos estudantes e melhorar o bem-estar dos animais de estimação?
EB: Tenho a percepção de que as pessoas estão cada vez mais fragilizadas mentalmente, independente de classe social, sexualidade, cor, nacionalidade, etc. Em um cenário como este, toda iniciativa que busque contribuir para com a saúde mental das pessoas é bem-vinda. Nosso compromisso na faculdade não se resume a buscar formar os melhores médicos e cirurgiões dentistas para o mercado de trabalho, mas também tornar as pessoas mais conscientes, mais justas, mais humana.
MG: Qual é o impacto real de se envolver em um trabalho voluntário em meio a uma crise de refugiados?
EB: Realizar um trabalho voluntário significa colocar as necessidades do próximo à frente de seus próprios interesses pessoais. Mas, no final de todas as contas, o maior beneficiado com isso tudo é quem se doa. Mais do que fazer minha parte na busca pela transformação da realidade do próximo, transformei minha própria realidade e me tornei mais humano. Sou grato por ter tido esta oportunidade.

Ernani Benincá
Diretor do IDOMED – Universidade Estácio de Sá