Revista Malls

Veja a versão online mais recente da revista

ITÁLIA E BRASIL IMPORTANTES PARCEIROS COMERCIAIS PARA O MADE ITALY E PARA AMÉRICA LATINA

O Brasil continua sendo um dos principais países para as empresas que pretendem expandir-se na América Latina e que desejam estabelecer relações comerciais e industriais significativas. A Itália é o segundo maior parceiro comercial europeu do Brasil, e embora as relações econômicas bilaterais sejam estreitas e diversificadas, o Brasil ainda tem um enorme potencial de crescimento, motivo pelo qual necessita cada vez mais de produtos e serviços inovadores, tecnologicamente avançados e de qualidade.

Apesar dos desafios das novas tecnologias, da inteligência artificial, da transição ESG, dos riscos geopolíticos e das mudanças climáticas. As exportações entre a Itália e o Brasil, continuam superando o atual momento de transformações e incertezas, abrindo novos caminhos e oportunidades emergentes.

Nos últimos anos, o setor Made in Italy apresentou um crescimento constante no Brasil. Isso porque, os produtos italianos são sinônimo de excelência, qualidade e tradição, não apenas representam o patrimônio cultural e histórico da Itália, mas também porque são uma poderosa ferramenta de marketing que atrai consumidores de todo o mundo.

Em 2024, o Made in Italy continuou a crescer e a desempenhar um papel fundamental na economia italiana, com o setor de varejo desempenhando um papel crucial na promoção e venda de produtos italianos tanto no mercado interno quanto no internacional.

Alcançar 50 bilhões em exportações agroalimentares, era algo praticamente impensável alguns anos atrás, mas, para se ter uma ideia, somente no ano passado o Made Italy ultrapassou 62 bilhões de euros, o que mostra como o mundo está faminto e sedento por produtos italianos.

Nos últimos meses, a Itália tem sido protagonista na Europa, por várias questões, uma delas por dizer “não” aos alimentos sintéticos e se posicionar contra um sistema de rotulagem errôneo e enganoso, como o “NutriScore”, que penaliza os produtos Made in Italy em benefício de alimentos criados em laboratório e padronizados.

O sistema de rotulagem nutricional suplementar Nutri-score, é um código que especifica outros valores além da declaração nutricional obrigatória no rótulo do alimento. Ou seja, expressa uma avaliação da quantidade nutricional geral do alimento, referente a 100g ou 100ml do alimento, com base no perfil nutricional, levando em conta a presença de elementos desfavoráveis (calorias, açúcares, ácidos graxos saturados, sal…) e elementos favoráveis (fibras, proteínas, frutas, vegetais etc.). A pontuação nutricional atribuída a um produto alimentício é convertida em uma escala com cinco níveis de cores e letras de A, verde escuro (o melhor) a E, vermelho (o pior), com base na aplicação de um algoritmo específico. O objetivo é ajudar aos consumidores a fazer compras conscientes, limitando o consumo de alimentos que podem ser prejudiciais à saúde e que, portanto, devem ser restringidos em uma dieta saudável.

Então por que o Made in Italy é contra? Porque a Nustriscore é uma etiqueta ineficiente e enganosa para os consumidores, criada para discriminar produtos de qualidade, e destruir tradições milenares, além de prejudicar a identidade de um país.

Segundo a Safe Food Advocacy Europe (Safe), com sede em Bruxelas, especializada na proteção e representação dos consumidores da UE no setor de alimentos, o algoritmo do Nutriscore tem muitas falhas, pontos fracos e limitações. E o motivo é muito claro, mais de 20% dos produtos classificados como bons pelo Nutriscore são Ultra Transformed Foods, cujo consumo aumenta em 58% o risco de morte por doenças cardiovasculares.

A confederação agrícola da Europa, Coldiretti, afirmou que a etiqueta Nutristore, é um sistema discriminatório e incompleto, que paradoxalmente acaba excluindo da dieta alimentos saudáveis e naturais que estão na mesa há séculos, para favorecer produtos artificiais cuja receita, em alguns casos, nem sequer é conhecida e que vão desde alimentos super processados até as bebidas gaseificadas mais populares.

Depois de entender o que é o Nutriscore, não é difícil compreender por que a Itália vem sendo atacada em várias ocasiões.

Contudo, o mercado Made in Italy continua atravessando um período de transformação e crescimento. Somente neste ano as exportações italianas atingiram números recordes, graças a uma demanda crescente por produtos exclusivos e de alta qualidade. Conforme dados da Confindustria, as exportações do Made in Italy aumentaram 8% em relação ao ano passado, ultrapassando 550 bilhões de euros.

As previsões para o futuro são igualmente positivas. Espera-se que, até 2026, as exportações do Made in Italy atinjam 650 bilhões de euros, com uma taxa de crescimento anual estimada entre 5% e 7% através de a uma estratégia de expansão direcionada aos mercados emergentes, como Ásia, América Latina e África, bem como à consolidação nos mercados da Europa e USA.

O Made in Italy é, portanto, uma marca de excelência reconhecida mundialmente, sinônimo de qualidade, habilidade e inovação. No entanto, é importante continuar favorecendo e incentivando a entrada de empresas italianas no mercado brasileiro, através de novas formas de colaboração e objetivos comerciais.

O Brasil, por sua vez, continua sendo um mercado notável para investidores internacionais, por vários fatores, mas, principalmente, por continuar sendo o segundo maior exportador de alimentos industrializados do mundo, com aproximadamente 64,8 milhões de toneladas já vendidas para mais de 190 países.

A jornalista e escritora Ana Cláudia Barbuda é correspondente na Europa da Revista Malls.

Compartilhar post:

Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit, sed do eiusmod tempor incididunt ut labore et dolore
Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit, sed do eiusmod tempor incididunt ut labore et dolore