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Shoppings do futuro: espaços demais conveniência e tecnologia

O futuro dos shopping centers já está em curso, movido por inovações tecnológicas, novas demandas dos consumidores e uma transformação profunda na maneira como as pessoas interagem com os espaços físicos. Os malls estão se reinventando, tornando-se hubs de experiências e serviços que vão além do tradicional conceito de consumo. Esse movimento aponta para um futuro promissor, em que os shoppings se consolidam como espaços multifuncionais, integrando conveniência, tecnologia e sustentabilidade.

A adaptação rápida a novos hábitos de compra e o avanço das ferramentas digitais permitiram que o setor atravessasse com resiliência os desafios recentes. O conceito de omnichannel, que une as lojas físicas e os canais digitais, oferece uma oportunidade única para os shoppings alavancarem seu papel de facilitadores de consumo, ao mesmo tempo em que criam experiências híbridas e inovadoras para o público. O consumidor de hoje quer praticidade, mas também busca experiências diferenciadas, e os shoppings estão prontos para entregar exatamente isso.

As tecnologias emergentes desempenham um papel central nessa transformação. Ferramentas como inteligência artificial (IA) e big data estão sendo usadas para mapear padrões de consumo e personalizar interações, o que melhora tanto a experiência do cliente quanto a gestão interna dos empreendimentos. Por meio de soluções digitais, é possível otimizar o fluxo de pessoas, facilitar o acesso aos serviços e integrar lojas físicas com plataformas de e-commerce dos próprios shoppings.

Outro pilar fundamental para o futuro dos shopping centers é o foco na sustentabilidade. A agenda verde, que ganha cada vez mais relevância entre consumidores e investidores, tem levado os shoppings a adotar práticas mais conscientes e responsáveis. Investimentos em eficiência energética, gestão de resíduos e integração de espaços verdes dentro dos empreendimentos não são apenas tendências passageiras, mas um compromisso do setor para construir um futuro mais sustentável.

Os shoppings brasileiros estão na vanguarda dessa transformação sustentável. Em linha com as tendências globais, 52% dos empreendimentos já oferecem carregadores elétricos para automóveis, e 82% possuem coleta seletiva nas áreas de alimentação. Além disso, 91% dos shoppings utilizam iluminação LED em mais de metade de suas áreas, e 89% realizam campanhas de arrecadação de donativos, evidenciando o compromisso com práticas sustentáveis e socialmente responsáveis.

A transformação dos shoppings em verdadeiros “lifestyle centers” é outra tendência crescente. Esses novos formatos integram, além das tradicionais lojas e restaurantes, espaços voltados para lazer, cultura, trabalho e saúde. A criação de áreas para coworking, academias, centros de atendimento médico, entre outros, amplia o conceito de conveniência, tornando os shoppings pontos de encontro, que respondem às necessidades cotidianas da vida moderna.

Os espaços de lazer e alimentação também têm se destacado. Os malls já contam com 46% das operações de alimentação fora das praças, mostrando que os equipamentos são destinos culinários relevantes. Esse crescimento no setor de gastronomia, aliado à oferta de entretenimento e serviços, reflete não apenas a busca por experiências diferenciadas, mas também a capacidade dos shoppings de se reinventarem como destinos essenciais para o convívio social.

Com essa diversificação de ofertas, os shoppings fortalecem seu papel, o que tem contribuído diretamente para as perspectivas otimistas do setor. Para o segundo semestre de 2024, as expectativas são ainda mais promissoras. Historicamente, essa é a época mais forte para o setor, e a previsão é de que o faturamento ultrapasse o recorde de R$ 194,7 bilhões registrado em 2023.

A taxa de ocupação deve se manter elevada, refletindo a confiança dos lojistas, enquanto a baixa inadimplência demonstra o compromisso de manter operações sólidas. O mercado de trabalho aquecido e a melhora das condições de crédito para o consumidor são fatores que sustentam essa tendência positiva.

Além disso, de acordo com o Perfil do Frequentador de Shopping Centers, pesquisa realizada pela Abrasce em 2023, 43% dos frequentadores visitam os shoppings para fazer compras, mas uma parcela crescente (31%) busca esses espaços prioritariamente para lazer, e 21% para alimentação. Esses dados reforçam a importância dos shoppings como locais de convivência e entretenimento, onde as pessoas encontram soluções práticas para suas necessidades diárias.

A escolha do shopping também é cada vez mais influenciada pela localização (24%) e pelo mix de lojas (22%). Em média, os consumidores frequentam mais de dois shoppings, considerando-os espaços seguros (46%) e práticos (36%) para resolver suas demandas.

O setor de shopping centers no Brasil está pronto para abraçar o futuro com uma combinação de inovação, sustentabilidade e resiliência. À medida que novos investimentos são feitos e os empreendimentos continuam a se reinventar, o papel dos shoppings na vida cotidiana dos brasileiros se fortalece, garantindo seu lugar como centros vitais de experiências e convivência. O futuro já começou – e os shoppings estão prontos para liderar essa jornada.

Por Glauco Humai

GLAUCO HUMAI
Presidente da ABRASCE – Associação Brasileira de Shopping Centers

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